segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Militares presos nos armários das corporações


Para aqueles que ainda não sabem, o Exército Brasileiro é bastante taxativo quando o assunto é homossexualidade nas corporações. Para a instituição, “a homossexualidade e a atividade militar são incompatíveis”. Algo sem fundamento, pois os gays podem exercer funções militares sem representar problemas para a instituição.

O caso de Laci Marinho e Fernando Alcântara, casal de sargentos gay que assumiu a união homoafetiva durante entrevista à revista Época, gerou a discussão desse assunto na mídia. Laci, após as afirmações feitas nas revistas e programas de televisão, foi julgado e condenado a pagar seis meses de reclusão em regime fechado. Inclusive, Fernando lançou um livro no qual narra a sua história com Laci no exército brasileiro.

Em Salvador, o caso do tenente da Polícia Militar Ícaro Nascimento também trouxe a discussão da participação de homossexuais em organizações militares. O site do jornal Correio da Bahia promoveu um fórum onde os internautas podiam opinar sobre o assunto. Tive o privilégio de participar desse fórum e observei que as declarações das pessoas são bastante divergentes. Enquanto existem homossexuais em todos os setores da sociedade, inclusive no militarismo, alguns indivíduos ainda insistem que gays são seres “anormais”. Ainda proferem bobagens como que a homossexualidade é uma prática satânica ou um ato de pederastia.

O fato é que, enquanto for mantido o preconceito nas instituições militares, muitos gays permanecem enrustidos somente para atender as exigências da atividade militar. Alguns adquirem coragem para se assumir e sofrer as punições, mas a maioria ainda está escondida no armário e não pensa em sair. Lamentável que muitos homossexuais tenham que reprimir seus desejos para realizar o sonho de ser militar...

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