sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O paraíso também é dos gays


Militante gay. Um dos pioneiros no movimento homossexual do sudeste brasileiro. Talvez você não conheça, mas João Silvério Trevisan escreveu grande parte da literatura relacionada à homossexualidade no país. Juntamente com o seu namorado na época, fundou a primeira entidade voltada para os direitos LGBT, o grupo Somos, no final da década de 70. Além disso, Trevisan participou do primeiro jornal gay do Brasil, Lampião da Esquina, no mesmo período.

Aos 61 anos, Trevisan comenta sobre o avanço do movimento homossexual no Brasil no livro Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil da colônia à atualidade. Em sua sexta edição, a obra literária é considerada por especialistas na área da literatura e dos estudos queer a bíblia gay. É uma excelente leitura para compreender a homossexualidade inserida em cada momento histórico do país e relacioná-los com a contemporaneidade.

Em entrevista concedida à MGM Revista no ano de 2005, Trevisan faz uma análise do movimento homossexual na atualidade. Ele acredita que a relação das entidades LGBTs com determinados partidos políticos impedem o contato com a população homossexual. Nas palavras de Trevisan, “tornamo-nos reféns do partido, por mediocridade e interesse de boa parte da militância. (...) A tendência é perder o senso crítico e a autonomia enquanto instituição social. E pior, toda essa postura política arrogante, de donos da verdade, impede o contato com a massa homossexual. Estamos condenados a ser uma organização de classe média, com honrosas exceções, como no caso das paradas que acontecem só uma vez por ano”.

Na mesma entrevista, Trevisan deixa claro que não se considera um líder gay. Para ele, “cada gay deveria usar a sua voz para depois integrar-se a um grupo”. Trevisan se identifica simplesmente como “um estudioso da homossexualidade e sempre um apaixonado pelo amor”.

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