Um dos casos de união homoafetiva que recebeu maior repercussão durante esse ano, tanto pela mídia quanto pela sociedade foi, sem dúvida, o do casal de sargentos gay. Nesse caso, melhor substituir a palavra repercussão por discriminação. Mais estranho que há muitos séculos, a homossexualidade era vista por muitos povos como algo normal. Nesse sentido, comemora-se hoje o dia de Sérgio e Baco.Sérgio de Resapha e Baco de Barbalissus viviam na Síria no século IV d.C. e eram considerados nessa região erastai, ou seja, casal de amantes. Mas, o fato Interessante é que Sérgio e Baco ocupavam cargos importantes no exército do imperador César Maximiliano e a sexualidade deles em nada atrapalhava o serviço dentro da tropa. Inclusive, a união dos dois comandantes era aceita em todos os setores da sociedade local e até pela Igreja Católica, instituição essa que hoje discriminaliza a homossexualidade, naquela época realizava cerimônia de união matrimonial entre pessoas do mesmo sexo.
Quando lembrei dessa data, associei o casal gay da Síria com o casal gay da atualidade, pois ambos faziam parte do exército. Infelizmente, o casal de sargentos gays, após a veiculação da reportagem da revista Época no primeiro trimestre desse ano, foi perseguido pelo exército brasileiro sob a desculpa que tiveram atitude antiética no tocante à instituição que faziam parte, acarretando no julgamento que levaram Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo a cumprir pena de seis meses de reclusão.
Então, vamos comemorar esse dia tão importante para os homossexuais e, principalmente, exigir das autoridades a aprovação da lei número 1151, projeto criado pela ex-deputada Marta Suplicy em 26 de outubro de 1995 que tem como finalidade a regulamentação da união estável entre homossexuais. Após quase 13 anos de tramitação desse projeto no Plenário, observamos muitos casais como Sérgio e Baco sendo discriminados na sociedade contemporânea.
Viva Sérgio e Baco, patronos das uniões homoafetivas!
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