terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Jornal chinês aborda a homossexualidade e surpreende leitores

Segundo o site Uol, o Jornal China Daily publicou uma matéria ontem (14/01) sobre a homossexualidade e causou surpresa entre os leitores devido a foto que estampava a manchete ser de um casal gays e beijando e a abordagem, pois esse assunto era um tabu há alguns anos no país. Abaixo vai a reportagem na íntegra:

Jornal chinês surpreende leitores com reportagem sobre homossexualidade

Pequim, 14 jan (EFE).- O jornal oficial "China Daily", o principal em inglês do gigante asiático, surpreendeu hoje seus leitores com uma reportagem sobre a homossexualidade e com uma foto de uma página de dois homens chineses se beijando, um tema que há poucos anos era escondido pelo Governo.
O jornal e sua versão digital (www.chinadaily.com.cn) publicam hoje as entrevistas com três homossexuais chineses, entre eles Tong Ge, um escritor de 57 anos que foi casado e teve uma criança antes de assumir sua opção sexual.
Ruo Zhe, de 33 anos e autor do primeiro portal virtual de temática gay na China (www.gztz.org), e uma lésbica de 26 anos identificada com um pseudônimo são os outros dois protagonistas do artigo, um dos primeiros do país a mostrar a quase desconhecida comunidade homossexual do país asiático.
O "China Daily" conta as dificuldades que essa comunidade - que possui entre 5 e 10 milhões de pessoas, segundo os estudos - enfrenta em uma sociedade ainda muito tradicionalista, "na qual se arriscam a perder seus empregos e distanciar-se da família e amigos".Tong assinala que quando realmente percebeu sua orientação, em plena Revolução Cultural (1966-76), "nem sequer sabia que havia uma definição para esse comportamento", e só em meados dos anos 70 descobriu que havia nas cidades "locais secretos" como parques e banheiros públicos usados como pontos de encontro entre os homossexuais.
O sexo seguro entre eles era impossível, pois os preservativos eram entregues por escritórios de planejamento familiar nas unidades de trabalho e apenas às pessoas casadas.
Ruo confessa que se sentia como "um monstro", pois a legislação chinesa considerava a homossexualidade uma doença mental, situação que perdurou até 2001."Só ao consultar sites estrangeiros percebi que não era o único gay no mundo", assegura o jovem

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